quinta-feira, 6 de agosto de 2009

POLINIZAÇÃO ENTOMÓFILA

POLINIZAÇÃO ENTOMÓFILA

A polinização é o mecanismo inicial de fecundação das plantas superiores pelo qual o pólen (que se diferencia nos órgãos masculinos das flores, os estames) é levado ao contato do órgão feminino de uma flor em outra planta (às vezes da mesma flor ou da mesma planta). Existem dois mecanismos básicos de polinização. Muitas plantas usam o vento como vetor para dispersar seu pólen (polinização anemófila) de forma aleatória, acompanhando as correntes de ar. A segunda forma, considerada a mais evoluída, envolve insetos (polinização entomófila) ou animais diversos, como morcegos e beija-flores (polinização zoófila) que transportam o pólen de uma flor a outra. As plantas que utilizam este segundo mecanismo carregam geralmente flores coloridas e/ou cheirosas, a fim de atrair os animais, enquanto as plantas anemófilas possuem flores pequenas, sem cores e, resumidamente, pouco atrativas.

Em muitas plantas, a produção de frutos ou de sementes depende da qualidade da sua polinização: a quantidade de grãos de pólen depositados no órgão feminino e a velocidade com a qual se realiza a polinização são fatores importantes. Alguns insetos têm assim capacidade de aumentar a frutificação das plantas. São os agentes polinizadores. Alguns se tornam imprescindíveis para certas culturas, como é o caso da mamangava em maracujazeiro. Muitas outras plantas dependem de polinizadores especializados (o cacaueiro, por exemplo, com as mosquinhas do gênero Forcipomyia; a figueira, com uma vespinha do gênero Blastophaga). Outros polinizadores são generalistas: transportam o pólen dos mais diversos tipos de plantas, provocando a fecundação das suas flores. É o caso, por exemplo, da abelha "italiana", Apis mellifera, capaz de polinizar plantas tão diversas como os abacateiros, macieiras, laranjeiras, e ainda girassol, melancia, etc. Em muitos cultivos, o manejo de polinizadores do tipo abelha incrementa muita a produção agrícola e é fonte importante de renda, tanto para o produtor, quanto para o dono das colméias.

Os cientistas se contrapõem quanto à possibilidade de formigas polinizarem plantas. Alguns afirmam que estas possuem tegumento que não permite adesão do pólen. A limpeza dos seus corpos é feita com freqüência o que as impediria de ser eficientes vetores de pólen. Além do mais, a maioria das formigas possui no seu corpo uma glândula que produz substâncias antibióticas que seriam capazes de deixar inativo o pólen. No entanto, existem formigas tão ou mais pilosas que abelhas e vespas, vistas como polinizadores potenciais. Seu tegumento é freqüentemente muito esculturado e capaz de capturar o pólen em abundancia. É o caso da "pixixica" considerada polinizadora ocasional do cacaueiro no Caribe e na América Central. As formigas limpam bastante seu corpo, mas não tão freqüentemente quanto às abelhas. As operárias de formigas que ficam patrulhando a superfície das plantas são incapazes de voar, portanto, sua atividade impossibilita a recombinação genética entre plantas diferentes, resultado idealmente desejável de qualquer processo de polinização. No entanto, o papel de formigas como polinizadores é possível, principalmente quando a planta dispõe simultaneamente de flores masculinas e femininas separadas e entre as quais o pólen precisa ser transportado, como é o caso do coqueiro da Bahia que é basicamente anemófilo, mas que pode ser polinizado tanto por abelhas quanto por formigas.

Fonte: www.iesb.org.br

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